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Ontem passou. Olho para trás, para o túnel das lembranças e sonhos perdidos. Me jogo no escuro, me perco também. Envolvida em desejos e seduzida por mentiras, ouço o riso irônico e abafado de uma consciência já quase sem voz. Sinto um medo que consome meus sentidos, e acabo me deixando levar pelos sons de um coração acelerado. Meus pensamentos rodam a mil, e parece que vou desmoronar a qualquer momento. Apoio-me nas paredes de uma falsa coragem, fingindo que podia lidar com aquilo tudo. E talvez eu pudesse mesmo, mas agora está fora do meu alcance.
Procuro pela saída, e descubro que estão todas fechadas. Descubro também que há armadilhas por todos os lados. Só existe um caminho a ser tomado: o de volta. Faço isso a passos lentos. Já não olho para trás. Antes que eu pudesse perceber, estava de volta ao meu quarto, com a luz fraca do Sol batendo na cama. Uma luz que revelava a entrada de um novo túnel: o do amanhã. Penso em entrar, hesito. Por fim, decido. Fico exatamente onde estou: no quarto, no hoje, no agora.
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